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Se você acha que já viu tudo o que Pearl Jam tem a oferecer, eu convido você a dar uma olhada mais de perto no que aconteceu em Brasília. No dia 17 de novembro de 2015, a banda fez sua terceira apresentação no Brasil e, como um verdadeiro roqueiro, decidiu quebrar as regras. Nada de um show previsível repleto de sucessos; dessa vez, o público foi convidado a explorar o lado B da força do Pearl Jam, em uma noite que transformou o Mané Garrincha em um verdadeiro templo do rock.

O estádio, que recebeu 30 mil pessoas, teve que aguardar mais uma hora para que todos pudessem entrar. A razão? A banda não começaria até que cada fã estivesse dentro, criando uma atmosfera de expectativa que só o rock pode proporcionar. Mas, antes de seguir, uma analogia é quase obrigatória aqui: essa atitude me fez lembrar de “We’re Not Gonna Take It” do Twisted Sister – Pearl Jam não estava ali para seguir o script, eles estavam ali para fazer história!

O Show: Surpresa e Emoção

Quando o show finalmente começa, a galera já percebe que algo diferente está prestes a acontecer. Em vez de começar com uma das suas clássicas como “Alive” ou “Even Flow”, Pearl Jam abre com a poderosa “Release”, seguida de “Wash”, uma estreia histórica na América do Sul. Depois, mais uma rara surpresa: “Nothingman”. Eu senti como se estivesse sendo levado a um lado obscuro da discografia da banda, um lugar onde apenas os fãs mais dedicados sabem que a verdadeira magia acontece.

Eddie Vedder, sempre o mestre da cerimônia, pegou seu caderno e fez o que só ele sabe fazer: conectar-se com o público. “Esse clima de chuva parece Seattle e nos faz sentir em casa. Obrigado por nos receberem”, disse ele em um português mais que simpático. Algo que só aumenta a mística dessa relação única entre a banda e os brasileiros.

Nada de “Black” no Setlist!

Agora, se você esperava o clássico “Black” naquela noite, se prepare para uma surpresa. Pearl Jam, em um movimento ousado, retirou o que é considerado o “hino” da banda do setlist. Isso causou uma verdadeira “tempestade” entre alguns fãs, mas eu, como bom roqueiro, sabia que isso era uma provocação, uma forma de ir além, de experimentar o “lado B”. O setlist incluiu faixas mais inesperadas, como “Leash”, “Tremor Christ” e “Brain of J.”, que são o tipo de música que só os verdadeiros fãs de Pearl Jam reconhecem o valor.

E como toda boa história de rock, o show foi marcado por uma mistura de músicas do novo álbum “Lightning Bolt”, junto com uma seleção de covers arrepiantes. “Rain” dos Beatles, “Redemption Song” de Bob Marley, “Mother” do Pink Floyd… uma verdadeira homenagem a tudo o que o rock representa: rebeldia, emoção e intensidade.

A Fúria do Encore

Mas o que aconteceu no encore? Bem, quem esperava um show tradicional de Pearl Jam ficou surpreso com a mistura de “Baba O’Riley” do The Who e “Crazy Mary” de Victoria Williams. O “último ato” foi uma celebração de todas as influências da banda, e como um bom riff de guitarra, os fãs não pararam de cantar.

Eddie Vedder, em um gesto que reflete a alma de um verdadeiro roqueiro, agradeceu à cidade de Brasília: “Nós conhecemos pessoas muito legais no Brasil e dá pra perceber que as pessoas curtem nossa música. Somos muito gratos por isso.”

O Que Podemos Aprender Com Essa Noite?

Esse show foi um lembrete claro de que rock não é sobre previsibilidade, mas sim sobre exploração e autenticidade. Como se fosse uma das faixas mais profundas do Pearl Jam, como “Do the Evolution”, a noite foi sobre crescer, mudar e, principalmente, viver no presente. Para nós, fãs, foi a chance de viver o lado B da banda, algo que poucos têm o privilégio de experimentar.

Pearl Jam não estava ali apenas para tocar suas músicas. Eles estavam ali para transmitir uma experiência, algo que vai além do palco. Com uma performance intensa e apaixonada, eles reafirmaram seu status de lenda viva do rock mundial. O show em Brasília foi um grito de liberdade, como os riffs de guitarra de “Alive” ou os vocais de Vedder em “Jeremy”. Eles sabiam o que estavam fazendo, e nós, fãs, estávamos lá para acompanhar.

Então, se você acha que o rock é só sobre os hits, que tal arriscar mergulhar no lado B da banda na próxima oportunidade? Porque o rock, meu amigo, é sempre mais do que aparenta. E o Pearl Jam está sempre pronto para mostrar isso.

Setlist Completo

  1. Release
  2. Wash
  3. Nothingman
  4. Corduroy
  5. Lightning Bolt
  6. Mind Your Manners
  7. Brain of J.
  8. Tremor Christ
  9. In My Tree
  10. Even Flow
  11. Rain (Cover Beatles)
  12. Unthought Known
  13. My Father’s Son
  14. Animal
  15. Daughter
  16. Habit
  17. Given to Fly
  18. Lukin
  19. Rearviewmirror

Encore 1

  1. Redemption Song (Cover Bob Marley)
  2. Mother (Cover Pink Floyd)
  3. Sirens
  4. Jeremy
  5. Supersonic
  6. Why Go
  7. Leash
  8. Porch

Encore 2

  1. Last Exit
  2. Elderly Woman Behind the Counter in a Small Town
  3. Better Man
  4. Do the Evolution
  5. Crazy Mary (Cover Victoria Williams)
  6. Alive
  7. Baba O’Riley (Cover The Who)
  8. Indifference

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