Análise – Sonic X Shadow Generations Desafia Limites no Switch

O Sonic X Shadow Generations chega como um tributo ao legado do erguido Blue Blur, trazendo um mix entre a nostalgia do passado e a promissora sombra do futuro. Após mais de uma década desde o lançamento de Sonic Generations de 2011, a combinação com Shadow the Hedgehog e suas intensas batalhas pessoais se apresenta como uma evolução do que a série representava, com grandes promessas.

Uma Promessa de Renovação

Em um jogo onde Sonic e Shadow se encontram, não há como o Sonic X Shadow Generations não gerar expectativas. O título promete relembrar os melhores momentos da franquia, enquanto também apresenta a transformação que Shadow the Hedgehog merece. Mas será que esse título é realmente a revolução que todos esperavam? Vamos descobrir, porque esse pacote traz tudo o que a galera ama: velocidade, poder e narrativa mais profunda!

Vale destacar que o jogo foi devidamente localizado para o português do Brasil, proporcionando uma experiência mais acessível para o público brasileiro, sem perder a essência que tornou a série tão querida ao redor do mundo.

Sonic Generations: A Nostalgia é Real

Quando penso em Sonic Generations, não consigo evitar a sensação de nostalgia. A fórmula de Sonic Generations ainda é, para mim, a melhor representação do Sonic 3D. O jogo se divide entre o Sonic clássico, com a jogabilidade estilo 2D, e o moderno, com a perspectiva de câmera em terceira pessoa e velocidade acelerada. A combinação de velocidade e plataforma nos estágios clássicos de Sonic é uma das melhores experiências que o jogo oferece.

No entanto, ao revisitar o jogo, percebi que a parte do Sonic Generations no pacote de Sonic X Shadow Generations tem suas falhas. A história é simples, e os diálogos lentos podem ser tediosos. O roteiro, escrito por Ian Flynn, não consegue, na maior parte, entregar algo muito além do básico. A estrutura de missões paralelas e lutas de chefes frustrantes também adiciona um peso desnecessário à experiência. Embora Sonic Generations ainda seja um título sólido, a falta de inovação em sua parte do jogo começa a mostrar sinais de envelhecimento.

Uma das mecânicas mais interessantes de Sonic X Shadow Generations é a troca entre os dois tipos de Sonic. Para quem já conhece a série, a alternância entre o Sonic clássico e o moderno é um retorno bem-vindo, mas, claro, com um toque de inovação. Os jogadores podem alternar entre os dois tipos de Sonic durante a escolha das fases, algo essencial para vivenciar toda a dinâmica proposta no jogo. Para alternar entre o Sonic clássico e o moderno, o jogador precisa pressionar o botão X no controle, uma ação simples que permite uma transição rápida entre os estilos, seja para a agilidade mais precisa do Sonic clássico ou a velocidade acelerada e cheia de ação do Sonic moderno.

Shadow Generations: A Nova Era

Quando cheguei à parte de Shadow Generations, fui surpreendido pela renovação que esse título trouxe para a fórmula do Sonic. Ao contrário do que se esperava, Shadow Generations não é um simples “reskin” de Sonic Generations. Ele traz uma mecânica única que inclui os poderes do controle do caos de Shadow, permitindo que ele pare o tempo e se teleporte entre os inimigos. A maior adição é, no entanto, os poderes da Doom, que foram trazidos de seu vínculo com os vilões Black Arms. Esses poderes oferecem uma jogabilidade mais variada, com habilidades como lançar inimigos pelo cenário, voar com asas demoníacas e até balançar por entre os inimigos como um verdadeiro Homem-Aranha.

Essas novas mecânicas fazem uma grande diferença nos desafios do jogo, tornando cada estágio mais dinâmico e envolvente. Além disso, os desenvolvedores expandiram significativamente o mundo central entre os estágios, criando um ambiente mais aberto e fluido para exploração, similar ao que vimos em Sonic Frontiers. Esse mundo hub melhorado oferece uma navegação mais intuitiva, com uma arquitetura mais bem desenvolvida e um design que facilita o progresso, sem as frustrações de Sonic Frontiers. A caça por Chaos escondidos em cada estágio, por exemplo, é um esforço interessante, mas o jogo não é particularmente longo (cerca de 5 a 8 horas de gameplay, com mais tempo se você se dedicar a completar 100%).

A Trilha de Sonic: Um Clássico que Não Deixa de Impressionar

Embora a parte de Sonic Generations no jogo seja uma atualização de um clássico de 2011, ainda há muito a ser dito sobre a mistura de Sonic clássico com Sonic moderno. A parte clássica, com sua jogabilidade em 2D, mantém o Sonic rápido e fluido, mas, como em uma canção do AC/DC, a fórmula está ficando um pouco previsível. O visual remasterizado ainda é de cair o queixo, mas a falta de grandes inovações, como visto em outros títulos mais recentes da franquia, faz com que o jogo fique atrás de suas próprias versões mais modernas, como Sonic Frontiers.

A jogabilidade, por mais que seja um prato cheio para os fãs, não chega a ser uma reinvenção. Sonic Generations ainda é fantástico, mas não adiciona muita novidade à jogabilidade. Além disso, as missões paralelas e algumas lutas contra chefes são irritantes e muitas vezes desnecessárias, como um solo de guitarra que se perde no tempo, tentando ser algo mais complexo do que realmente é.

A música, como sempre, é um grande destaque. A trilha sonora mistura faixas clássicas com remixes, fazendo um bom uso do legado sonoro da série, mas talvez o maior valor seja para os fãs mais nostálgicos, que verão um resgate da sonoridade dos jogos anteriores.

A História de Shadow: De Anti-Herói a Personagem Complexo

A narrativa de Sonic X Shadow Generations tem um foco bem mais intenso em Shadow, o que é uma excelente surpresa. Se você sempre achou que Shadow era um personagem vazio, esse jogo vai te surpreender. Ian Flynn, que assume a responsabilidade de escrever o enredo, entrega uma história que explora as raízes de Shadow, seus traumas e a relação com Maria e o cientista Gerald Robotnik. Ao olhar para o passado de Shadow, o enredo se torna tão denso quanto a letra de uma música do Linkin Park — uma mistura de melancolia, raiva e redenção.

A conexão emocional com o personagem faz você querer avançar nas missões de Shadow, e a profundidade que a história proporciona é um grande avanço para a franquia, que sempre teve um enredo raso em comparação com os jogos de outros personagens.

A grande adição em Sonic X Shadow Generations é, sem dúvida, a jornada de Shadow the Hedgehog. A história que acompanha Shadow oferece uma reflexão sobre seu passado conturbado, dando-lhe uma nova chance de se redimir. Diferente dos níveis de Sonic, os de Shadow introduzem novas mecânicas, como o salto duplo e uma câmera mais ampla, permitindo que o jogador tenha mais controle sobre os movimentos e a exploração. Os movimentos de Doom, que desbloqueiam habilidades poderosas, são uma das maiores adições ao gameplay, com destaque para o movimento Destruição, que lança inimigos ao ar e abre novos caminhos para o herói.

Ao comparar os chefes de Sonic e Shadow, a diferença é clara: os de Shadow são mais desafiadores e exigem mais estratégia, o que faz a experiência de jogar com o personagem mais envolvente. É uma expansão interessante, mas que por vezes deixa a sensação de que a parte de Sonic ainda poderia ter sido mais polida.

Desempenho no Switch: Compromissos Necessários

Ao jogar a versão para Nintendo Switch, percebi algumas limitações técnicas. O modo docked oferece uma resolução de 1080p, enquanto o modo portátil alcança 720p. Embora ambos os modos tenham um desempenho geral satisfatório, o maior desafio está na taxa de quadros. Ambos os modos têm a taxa limitada a 30fps, o que pode ser um pouco decepcionante para os fãs que esperavam uma experiência mais fluida, especialmente com a velocidade típica do Sonic.

Além disso, a versão de Sonic Generations no Switch tem algumas instabilidades de ritmo, que podem afetar a fluidez da jogabilidade em momentos mais intensos, como durante as fases de alta velocidade. Isso se torna mais evidente nos estágios mais densos visualmente, onde a ação pode ficar mais irregular, embora nada catastrófico.

Por outro lado, Shadow Generations tem um desempenho mais consistente. Embora a resolução seja dinâmica (variando de 720p a 540p no modo docked e caindo até 360p no modo portátil), o jogo mantém uma estabilidade maior devido às demandas visuais mais altas. Mesmo com essa resolução mais baixa em algumas cenas, o jogo oferece um visual impressionante e transições de nível que são perfeitamente executadas no Switch, algo que o jogo original de Sonic Generations não poderia alcançar.

Resolução e Taxa de Quadros:

• Modo Docked (Nintendo Switch): 1080p
• Modo Portátil (Nintendo Switch): 720/540pp
• Taxa de Quadros: 30fps (para ambas as versões, com alguns problemas de estabilidade de frame rate na versão Sonic Generations)

Considerações Finais:

Sonic X Shadow Generations é uma verdadeira montanha-russa. A versão remasterizada de Sonic Generations ainda tem seu charme, mas a verdadeira estrela é Shadow Generations, que traz inovação e polimento a uma franquia que, por muito tempo, ficou estagnada. As novas habilidades de Shadow, junto com a expansão do mundo central e os gráficos aprimorados, fazem este título um dos mais completos da série.

Se você é fã de Sonic, este é um pacote que vale a pena explorar. No entanto, é importante ter em mente que a parte de Sonic Generations pode não agradar a todos, especialmente devido à sua jogabilidade mais antiquada e à falta de inovação na história. Já a parte de Shadow Generations é um passo em frente, trazendo o melhor da franquia para o futuro.

Afinações Perfeitas:

• A performance de Shadow: Habilidades novas e melhorias no design tornam o jogo mais dinâmico.
• Níveis de velocidade: Uma das melhores experiências de gameplay, mantendo o charme clássico.
• Aprofundamento de Shadow: História melhorada, oferecendo maior imersão e emocionalidade.

Notas Fora do Tom:

• A estrutura de missões: Missões paralelas frustrantes e estágios de estilo clássico que não aproveitam totalmente o personagem.
• Desempenho no Switch: Embora jogável, o limite de 30fps e a resolução dinâmica geram algumas falhas visuais e instabilidade.

Nota Final: 8/10

Informações sobre a análise:

Esta análise foi realizada com base na versão para Nintendo Switch, que oferece uma experiência de gameplay equilibrada, mas com desafios visuais e de performance. A chave do jogo foi cedida gentilmente pela galera da SEGA.

Aperte o Play e confira um pouco de nossa gameplay:

Marcelo Lightwriter

Editor-chefe do Rockverse Play, onde minha paixão por games se conecta com a influência do rock, cinema, tecnologia e cultura contemporânea. Lidero a criação de conteúdos que exploram como esses elementos moldam o universo dos jogos, oferecendo uma experiência única para os fãs.