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Na moral? Horizon Chase 2 podia muito bem cair na armadilha do “mais do mesmo”. Sequência direta do sucesso indie que reviveu o espírito Top Gear, o game da Aquiris — agora debaixo do guarda-chuva da Epic Games Brasil — opta por desacelerar em quantidade, mas caprichar na qualidade.

Em vez de apostar em inchaço de conteúdo, a Aquiris foi na manha, tirou o excesso e refinou o que interessa. Cortou os tanques de gasolina e reduziu a frota de carros, sim, mas adicionou novos modos, melhorou a arte e entregou uma experiência mais redonda, focada e viciante.

É tipo aquele álbum da banda que abandona as faixas longas e vai direto ao refrão. Não tem firula — só o que importa.


O Peso Cultural do Jogo: De Porto Alegre para o Mundo

Desde Top Gear, a conexão emocional dos brasileiros com jogos de corrida é visceral. Horizon Chase 2 carrega essa chama como uma tocha olímpica. Mais que uma sequência, ele se posiciona como um representante de peso da cena indie nacional no exterior, agora sob o selo da Epic Games Brasil.

Eleva o que o antecessor construiu, ao mesmo tempo em que reflete a identidade cultural dos países representados nas pistas. Correr em São Paulo, com o MASP ao fundo e luzes da Oca piscando, não é só gameplay — é reconhecimento da nossa estética urbana no cenário global dos games. E quando a Lua vira uma pista? É a cultura pop encontrando o espírito de F-Zero e Rainbow Road.


Mecânica e Ritmo: Arcadismo com Responsabilidade

A primeira marcha já revela: Horizon Chase 2 abandonou os galões de combustível e abraçou o foco em corrida pura. O loop de gameplay ficou mais direto, mais fluido, sem distrações desnecessárias. Os três modos principais (Volta ao Mundo, Torneios e Playground) compõem um ciclo de progressão eficiente.

Imagem capturada da gameplay do jogo

O jogo equilibra acessibilidade com desafio leve — o que pode dividir opiniões. Para quem esperava algo mais “simulador”, o título ainda é arcade até a medula. Mas isso não é defeito, é escolha de design. A comparação com OutRun e Cruis’n USA é inevitável, mas HC2 entrega mais profundidade na progressão de veículos e na variedade de pistas.

Se por um lado temos uma simplificação funcional, por outro, a ausência de opções como personalizar torneios ou selecionar livremente IA e pistas é um freio no dinamismo da experiência. O multiplayer sem matchmaking em tempo real limita ainda mais a liberdade do jogador.

Em termos de legado, Horizon Chase 2 não apenas presta homenagem: ele constrói um novo capítulo, fundindo o arcade clássico com a narrativa visual dos tempos modernos.


Pistas como postcards, gameplay que vibra no acelerador

Volta ao Mundo voltou — e com estilo. São oito países, cada um com seu charme, suas cores e seu tempero. A pista do Japão é zen e florada, São Paulo vem densa e cinzenta, o sertão nordestino estoura em calor e horizonte. O game é um cartão-postal jogável, daqueles que você guarda na memória.

🇧🇷 Pistas do Brasil em Horizon Chase 2

🌴 Norte/Nordeste

  • Fernando de Noronha: Cenários paradisíacos com praias de águas cristalinas e vegetação exuberante.
Imagem capturada da gameplay do jogo
  • Floresta Amazônica: Uma corrida imersiva pela densa vegetação da maior floresta tropical do mundo.
Imagem capturada da gameplay do jogo
  • Olinda: Ruas coloridas e ladeiras históricas, capturando o espírito do carnaval pernambucano. Warp Zone
Imagem capturada da gameplay do jogo

🏔️Sul

  • Gramado e Canela: Cenários natalinos com ruas iluminadas e clima europeu, típicos da Serra Gaúcha.
Imagem capturada da gameplay do jogo
  • Porto Alegre: Destaques como a Arena do Grêmio, o Estádio Beira-Rio e o pôr do sol no Guaíba.
Imagem capturada da gameplay do jogo

🏞️ Sudeste

  • Ouro Preto: Ruas de paralelepípedos e arquitetura colonial, representando o Minas Gerais histórico.
Imagem capturada da gameplay do jogo
  • Foz do Iguaçu: Cenários exuberantes com a grandiosidade das Cataratas do Iguaçu.
Imagem capturada da gameplay do jogo
  • São Paulo: A corrida começa no icônico vão do MASP, passando por pontos turísticos como a Avenida Paulista, o Parque do Ibirapuera e o Bairro da Liberdade.
Imagem capturada da gameplay do jogo

Os modos Contra o Tempo e Torneio complementam bem a experiência. E mesmo com poucos carros, a personalização dá conta de manter a vibe. Nitro, curvas fechadas, moedas douradas: o fluxo de jogo é tão fluido que você nem sente falta do que ficou pra trás.


🎤Integrar Narrativa e Letras de Rock: Alta Octanagem com Guitarra

Não existe silêncio em Horizon Chase 2. A trilha de Barry Leitch ainda é o motor emocional do jogo, e seu retorno é tão simbólico quanto prático. Ele injeta no game a essência de Top Gear, mas também brinca com estilos que evocam grunge, synthwave e um toque de psicodelia moderna.

A jornada pelo mundo ecoa letras de bandas como Rush e Kings of Leon — correndo entre paisagens, como se cada país fosse um verso e cada volta, um refrão. O modo Playground, por exemplo, com desafios únicos e tempo limitado, lembra a urgência lírica de “Time” do Pink Floyd — cada segundo importa, e o erro é irreversível.

A ausência de enredo linear não impede que o jogo conte uma história: a narrativa está nas cores, no som, no progresso, como em um disco conceitual de rock progressivo.


Multijogador e personalização: correr com os parças, do seu jeito

O modo multiplayer não reinventa a roda, mas funciona. Rola de criar salas, chamar a galera, disputar no online sem dor de cabeça. É direto e eficaz, igual campeonato de fim de semana na pista de kart da Barra. Só faltou um matchmaking automático pra completar o pacote.

A personalização é básica, mas satisfatória. Dá pra mexer em carroceria, cor, roda, e destravar visuais conforme você avança. Nada muito profundo, mas o suficiente pra deixar seu carro com sua cara.


🎨Arte Visual e Estética Sônica: Sinestesia de Alta Velocidade

Visualmente, HC2 é um deleite. O estilo low-poly foi turbinado com um refinamento absurdo. Os cenários são pulsantes, vivos, homenageando o design clássico sem abrir mão de modernidade. Tudo aqui conversa com o som: é impossível passar por Marraquexe sem sentir o calor das guitarras sujas ou por Tóquio sem ser embalado por um sintetizador futurista.

Em termos de impacto emocional, é um jogo que toca. Seja na primeira volta ao redor da Torre de Pisa ou em uma curva em alta velocidade à beira do Grand Canyon, a estética cumpre seu papel de emocionar e entreter. É cartoonizado, sim, mas isso é assinatura — não limitação.


🛠️ Sistema de Customização e Aprimoramento dos Carros: Afinando a Máquina, no Estilo Garage Rock

O sistema de personalização e aprimoramento dos carros em Horizon Chase 2 oferece diversas opções para os jogadores:

Modos de Jogo: Além do modo principal “Volta ao Mundo”, o jogo oferece modos como “Torneios” e “Playground”, que permitem aos jogadores testar suas habilidades em diferentes cenários e condições .

Personalização Visual: Os jogadores podem modificar a carroceria, as rodas e a pintura dos veículos, permitindo uma ampla gama de estilos e combinações.

Aprimoramento de Atributos: Ao completar corridas, os jogadores ganham pontos de experiência que podem ser usados para melhorar atributos como velocidade, aceleração e controle.

Carros Especiais: Alguns veículos, como o “Nave”, fazem referência a ícones da cultura brasileira, como o Gol da firma que substitui o Uno da Firma do primeiro jogo .

Aprimoramento de Desempenho – Ou como turbinar seu carro até o talo

Aqui a parada é evoluir. Os carros podem ser afinados em cinco categorias técnicas que fazem toda diferença na hora do pega:

  • Suspensão – pra encarar pista ondulada como quem surfa no asfalto;
  • Filtro de Ar – respiração livre pro motor berrar alto;
  • Diferencial – pra distribuir potência como um bom riff distribuído em um refrão;
  • Câmbio – pra trocar de marcha como quem troca de nota no improviso;
  • Carga de Nitro – o solo final que te joga pro topo do pódio.
Imagem capturada da gameplay do jogo

A evolução não vem fácil: cada corrida rende XP, e com ela você sobe o nível do carro até o nível 10, distribuindo pontos pra essas áreas e deixando seu bicho mais afiado que palheta nova. O mais maneiro? Pegou um carro novo? Ele já entra no jogo com o mesmo nível do último que você usou. Ninguém começa do zero nessa jam.

Customização Estética – Estilo é tudo, irmão

Não é só de performance que vive o bom piloto. Se o som tá bom, o visual tem que acompanhar. E aqui, o estilo fala alto — quase como se fosse um festival de pintura e design sobre rodas:

  • Pinturas: opções pra todos os gostos — do clássico ao psicodélico;
Imagem capturada da gameplay do jogo
  • Carrocerias: troca o shape da máquina como quem muda o visual antes do show;
Imagem capturada da gameplay do jogo
  • Rodas: vários estilos, alguns que você só desbloqueia vencendo no braço (e no pedal).
Imagem capturada da gameplay do jogo

Quer personalizar? Tem que ralar: cumprir desafios, ganhar torneios, coletar moedas pelas pistas. Nada vem de graça, como na vida de banda independente. Mas quando você vê sua máquina estilizada na pista, é como ver sua banda tocando no palco principal.


Afinações Perfeitas x Notas Fora do Tom:

🎸 Afinações Perfeitas

  • Visual vibrante que mistura nostalgia com identidade própria: Cada pista parece uma capa de disco oitentista. É cartoon, é colorido, é bonito demais — e ainda emociona.
  • Trilha sonora que pisa no acelerador da memória afetiva: Barry Leitch segue sendo o maestro da velocidade. As faixas embalam a corrida como um bom riff grudento.
  • Pistas criativas com desafios pontuais: O modo Volta ao Mundo brilha com percursos variados que brincam com geografia e ambientações de forma carismática e fluida.

🚨 Notas Fora do Tom

  • Frota reduzida comparado ao primeiro jogo: A ausência de modelos carismáticos como o “Uno com escada” foi substituído pelo Gol como carro da firma. Os carros são bonitos, mas de longe memoráveis.
  • Dificuldade rasa na maioria das pistas: Tirando os desafios Contra o Tempo, a IA é tranquila demais. Jogadores experientes vão sentir falta de competição real.

Nota final: 8.9/10

Horizon Chase 2 prova que nem toda sequência precisa ser maior. Às vezes, ser mais preciso, mais coeso e mais divertido é o que basta pra fazer bonito. Mesmo com bugs e uma frota enxuta, a experiência é sólida como um clássico dos fliperamas.

Para veteranos da franquia, é um retorno caloroso ao cockpit. Para novatos, é uma porta de entrada com tudo de bom que o gênero pode oferecer. Vai sem medo, porque aqui o volante é firme, o pedal responde, e o coração bate no ritmo da pista.


Fim de corrida com vista pro Pão de Açúcar

Na moral? Horizon Chase 2 é o tipo de jogo que te dá vontade de correr “só mais uma”, como quem estica o domingo na orla depois do pôr do sol. Ele honra o passado, acerta no presente e deixa o futuro da franquia bem promissor.

Dá mole não: baixa o jogo, ajusta os retrovisores e parte pro abraço no nitro.


📈Quadro Comparativo com Horizon Chase Turbo

ElementoTurboChase 2
CombustívelSimNão
Carros30+12
PersonalizaçãoBásicaVisual e leve performance
Multiplayer OnlineInexistenteLimitado a salas privadas
Trilha SonoraBarry LeitchBarry Leitch + fusões locais
Estilo GráficoLow-poly arcadeLow-poly refinado e detalhado

🧾Ficha Técnica da Análise

  • Plataforma: PC
  • Versão Testada: Digital (Epic Games)
  • Data de Lançamento: 30 de maio de 2024 (para consoles)
  • Código de Acesso: Cedido pela Epic Games Brasil
  • Desempenho: 60 fps com quedas ocasionais.

Quer ver tudo isso em ação? Então confere o nosso vídeo com os primeiros 40 minutos de gameplay de Horizon Chase 2 lá no canal do Rockverse Play! A gente testou o jogo desde a largada e mostra, na prática, como ele evoluiu sem perder o espírito arcade. Corre lá, assiste, comenta o que achou e aproveita pra se inscrever:


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