análise

Mandragora: Whispers of the Witch Tree não é só um nome bonito. É um convite sombrio pra mergulhar num universo onde cada golpe de espada, cada escolha, cada diálogo tem um peso. Quando vi o primeiro trailer, foi como ouvir o riff de abertura de “The Number of the Beast” pela primeira vez: eletrizante, intenso e impossível de ignorar.

Este jogo mistura metroidvania e soulslike em uma fusão densa e atmosférica, com ambientação de fábula gótica e dilemas morais que me lembram os versos sombrios de “Fade to Black”, do Metallica. Não é um jogo casual — é pra quem curte ser desafiado, explorando com paciência, morrendo com frequência, e descobrindo aos poucos o que é verdade e o que é heresia.

Se liga, porque o que vem a seguir é minha análise completa dessa pancada da Primal Game Studio, feita com sangue, suor e riffs imaginários.

Narrativa e Personagens

A história de Mandragora é profunda e multifacetada, escrita por Brian Mitsoda, conhecido por seu trabalho em Vampire: The Masquerade – Bloodlines. A trama segue um Inquisidor que, após libertar uma bruxa, se vê envolvido em uma teia de intrigas e escolhas morais. Cada decisão tomada influencia o curso da história, levando a múltiplos finais e aumentando a rejogabilidade do título.

A narrativa me pegou de jeito. É como ouvir “Holy Diver” do Dio e perceber que o herói da história pode também ser o vilão. Tem o clichê do líder religioso corrompido? Tem. Mas a forma como a trama é contada, com voice acting completo, ambientações carregadas e narrações melancólicas, dá um sabor especial. Isso aqui é mais rock progressivo do que pop: exige paciência, atenção, e entrega muito em troca.

Conversar com NPCs não é só opcional — é essencial. Eles revelam fragmentos de um mundo devastado por doutrinas cegas e lendas distorcidas. Tudo me lembra muito letras como “Heaven and Hell” do Black Sabbath — onde os extremos se confundem e ninguém é 100% bom ou mau.

Jogabilidade e Progressão

O jogo oferece seis classes iniciais: Vanguard, Flameweaver, Spellbinder, Nightshade, Wyldwarden e Vindicator. Cada uma com habilidades únicas e árvores de talentos personalizáveis, permitindo ao jogador criar um estilo de jogo híbrido e altamente personalizado. Com mais de 200 melhorias de habilidades, a progressão é rica e oferece diversas possibilidades de construção de personagem.

Exploração e Design de Mundo

A exploração em Mandragora é recompensadora, com áreas interconectadas que incentivam o backtracking. O uso de habilidades adquiridas ao longo da jornada é essencial para acessar novas regiões e descobrir segredos. A verticalidade do mundo de Faelduum adiciona uma camada extra de complexidade, tornando cada descoberta significativa

A progressão do personagem é tipo montar um riff técnico: você precisa paciência, precisão e saber onde quer chegar. O sistema de loot é diferenciado — cada item é único e tem cara de que foi pensado pra uma build específica.

A árvore de habilidades é dividida em seis classes, e dá pra misturar builds a partir do nível 25. Só que subir de nível aqui é lento. Parece mais um show do Dream Theater do que um som direto do Motörhead. Intenso, mas exige dedicação.

Gameplay: Metroidvania ou Soulslike? Os dois, mas com estilo

O combate é fluido, com hitboxes bem ajustados e controles responsivos. A esquiva é sua guitarra aqui — sem ela, não tem show. E olha… você vai usar MUITO.

A estrutura metroidvania brilha nos backtrackings, áreas trancadas que só podem ser acessadas com habilidades específicas (tipo pisões ou ganchos). Mas sinto que a curva de liberação dessas habilidades podia ser mais rápida — demora pra engrenar.

Um sistema que eu curti foram os Portais de Entropia. Tipo uma jam session em outro plano: temporário, frenético e arriscado, mas se der certo, o loot vale demais. Encontrar chefes raros nessas áreas me fez lembrar dos “boss fights” em Dark Souls, mas com uma vibe de “Symphony of Destruction”.

Trilha Sonora e Atmosfera

A trilha sonora, composta por Christos Antoniou e interpretada pela FILMharmonic Orchestra de Praga, complementa perfeitamente a atmosfera do jogo. Composta por Christos Antoniou e interpretada pela FILMharmonic Orchestra de Praga, a trilha sonora é uma das maiores qualidades do jogo, com músicas que variam de suaves e melancólicas a intensas e épicas, dependendo da situação.

Sem Medo do Escuro: Reflexões Finais

Mandragora não tenta reinventar o gênero. Mas, como um bom cover de uma música clássica, ele respeita o original e coloca sua alma na execução. Com um sistema de progressão profundo, ambientação gótica poderosa e narrativa que realmente te faz pensar, o jogo entrega tudo que um fã de soulsvania precisa.

Mandragora: Whispers of the Witch Tree é como ouvir “Fear of the Dark” com fones no volume máximo: você sente a tensão, mas não quer parar. Ainda há espaço pra afinar alguns instrumentos, mas o show é forte o bastante pra deixar o público pedindo bis.

Análise dos Pontos Positivos e Negativos

Afinações Perfeitas

  • Mecânicas de loot e progressão: Sistema detalhado que permite personalização do personagem.​
  • Design visual impressionante: Ambientes cuidadosamente projetados que criam uma atmosfera única.​
  • Trilha sonora épica: Composta por Christos Antoniou e interpretada pela FILMharmonic Orchestra de Praga, complementa perfeitamente a atmosfera do jogo.​

Notas Fora do Tom

  • Dificuldade inicial: A curva de aprendizado pode ser íngreme para novos jogadores.​
  • Repetição de certos elementos: Algumas mecânicas podem se tornar previsíveis após um tempo.​

Classificação

Nota final: 8,6/10. Uma experiência rica e envolvente, com espaço para melhorias.

Informações sobre a Análise

Esta análise foi realizada com base na versão para PC via Steam, com gráficos a 60fps e otimização nas configurações máximas. A chave do jogo foi gentilmente cedida pela galera da Primal Game Studio.


Aperte o play e confira nossa gameplay:


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