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Desde que Elden Ring: Nightreign foi anunciado, minha curiosidade foi instigada. Como um carioca apaixonado por games e rock gótico, mergulhei de cabeça nessa nova empreitada da FromSoftware. Combinando elementos de soulslike e roguelike, o jogo propõe uma experiência cooperativa intensa, onde cada escolha ressoa como um acorde em uma balada sombria. Nesta análise, compartilho uma jornada feita de caos, catedrais ruínas, companheirismo e aquela pitada de sofrimento que só um bom soulslike proporciona.

Imagem capturada da gameplay do jogo

O Peso Cultural do Jogo

Nightreign é herdeiro direto de Elden Ring, não apenas em ambientação, mas em filosofia de design. A FromSoftware manteve sua tradição de entregar mundos fragmentados, contados em ruínas, NPCs estranhos e bosses que parecem manifestações da dor coletiva da humanidade. Mas Nightreign não é só mais um capítulo: é uma releitura ousada, gótica e moderna.

Enquanto Elden Ring era o equivalente sonoro a um álbum progressivo como The Wall, Nightreign é puro gothic symphonic metal. A vibe de Fallen do Evanescence está em cada decisão emocional, cada armadura rasgada ao vento. As construções narrativas ecoam também bandas como Épica e After Forever, onde poder e vulnerabilidade coexistem em harmonia sombria.

A história se passa após a destruição parcial do Interregnum, com o continente de Limveld afundado em trevas. Aqui, os Nightfarers (personagens jogáveis) cruzam terras deformadas à procura das Remembrances, fragmentos de passado e poder

Imagem capturada da gameplay do jogo

Mecânicas, Ritmo e Gameplay

Estrutura

A principal inovação de Nightreign é seu formato roguelike com partidas divididas em “três dias”. Cada dia equivale a um ciclo de exploração e batalhas em mapas semi-randômicos com eventos dinâmicos. Ao final do terceiro dia, os jogadores enfrentam o Nightlord local — bosses colossais com múltiplas fases e ataques devastadores.

Imagem capturada da gameplay do jogo

Cooperação

O modo cooperativo é o coração da experiência. Em squads de até três jogadores, a sinergia entre classes se torna essencial. O Arcanista controla o campo com feitiços que alteram a gravidade. O Aço-Selvagem (meu main!) é um tanque que absorve dano e atrai inimigos. Já a Penumbra é uma assassina ágil, focada em debuffs e mobilidade. Há builds complexas baseadas em sinergias elementares, buffs cruzados e táticas de flanco, lembrando estratégias de MMO, mas com a brutalidade souls.

Imagem capturada da gameplay do jogo

Modo Solo

Embora pensado para coop, Nightreign pode ser jogado sozinho — e aqui o bicho pega. A IA dos inimigos escala menos, mas a pressão de não poder ser revivido torna tudo mais tenso. Em termos de desafio, lembra bastante Dark Souls III em sua forma mais crua. Joguei várias runs solo por teimosia carioca, e poucas vitórias foram tão saborosas quanto a de derrotar o Nightlord Tricephalos na unha.

Sou do time que prefere campanhas solo bem estruturadas, com tempo para absorver lore e explorar sem a urgência do time. Seria fantástico ver esse modo cooperativo incorporado ao Elden Ring original ou a um futuro jogo da série como uma nova vertente de gameplay.

A mais recente atualização de Elden Ring: Nightreign demonstra que a FromSoftware está ouvindo sua comunidade — especialmente aqueles jogadores que, como eu, preferem a solidão sombria de uma jornada solo. Curiosamente, enquanto eu trabalhava nesta análise, essa atualização foi lançada, trazendo mudanças significativas para quem se aventura sem companhia. Após o estrondoso sucesso de lançamento, com mais de 2 milhões de cópias vendidas em apenas 24 horas, uma das críticas mais constantes era justamente o desafio desbalanceado para quem optava por jogar sozinho. A resposta veio com um patch que ajusta a experiência single player, trazendo mais runas por expedição solo e um novo efeito chamado “Renascimento automático”, que concede uma chance extra de vida nas batalhas contra chefes — uma bênção para quem enfrenta a fúria dos Nightlords sem aliados. Além disso, foram aplicadas melhorias na obtenção de relíquias raras e correções gerais de bugs, tornando o caminho do lobo solitário mais justo, sem comprometer a brutalidade que define o gênero.

Imagem capturada da gameplay do jogo

Desde seu lançamento oficial em 30 de maio de 2025, Nightreign já alcançou a impressionante marca de 3,5 milhões de jogadores. A FromSoftware celebrou o feito com agradecimentos públicos e anunciou que o jogo receberá conteúdo adicional ainda este ano — incluindo melhorias nos combates contra os Nightlords e a aguardada introdução de expedições em dupla. A noite, como eles mesmos disseram, está longe de acabar.

Imagem capturada da gameplay do jogo

Dicas Essenciais:

  • Não tente tankar tudo: Esquiva é rei. A estamina drena rápido, e muitos ataques atravessam escudos.
  • Explore nos “Dias”: Encontrar Santuários e Catalisadores de Runas muda completamente a dificuldade da boss fight.
  • Equipe-se com propósito: Status elementais importam. Tricephalos é vulnerável a sangramento e gelo.
  • Comunique-se sempre: No modo cooperativo, o sucesso depende da coordenação entre os jogadores. Use ping, voz ou qualquer recurso possível.
  • Aproveite o ciclo: Após derrotar um Nightlord, você pode herdar suas habilidades com Remembrances. Monte builds criativas.

Narrativa e Referências Musicais

A narrativa é contada em fragmentos — descrições de itens, ecos do mundo, e interações com NPCs. Parece até uma letra do Épica ou My Immortal do Evanescence: melancólica, quebrada, mas carregada de emoção. Cada personagem tem uma tragédia pessoal. Uma das minhas favoritas é a cavaleira Seran, que perdeu a voz ao enfrentar o Eclipse de Garras Negras e só se comunica por meio de canções. Poético, né?

O tom geral é mais sombrio que qualquer outro Souls. Em alguns momentos, me senti literalmente ouvindo Design Your Universe, com vocais limpos e guturais metafóricos que dariam voz perfeita aos Nightlords.


Arte Visual e Estética Sônica

Visualmente, Nightreign é deslumbrante. Catedrais flutuantes, cidades que parecem ter sido tragadas pelo mar e reconstruídas por pesadelos. O céu é um espetáculo à parte: um breu tingido de tons rubros e violetas, como a capa de um disco do Within Temptation.

A trilha sonora traz arranjos orquestrais com toques industriais, muitos corais e até guitarras discretas. A trilha do boss final, inclusive, tem créditos do compositor que trabalhou em Bloodborne. É uma verdadeira missa dark.


Modos e Alternativas

  • Coop de até 3 jogadores (com matchmaking opcional)
  • Modo solo com loot e bosses ajustados
  • Sem modo 2-jogadores direto (espera-se mod Seamless Coop da comunidade)
  • Sem crossplay no lançamento, o que limitou um pouco minha jogatina com a rapaziada de outras plataformas

Afinações Perfeitas x Notas Fora do Tom

Afinações Perfeitas:

  • Sistema de classes e builds profundo
  • Estética sonora e visual marcante
  • Coop bem implementado e envolvente
  • Lore emocional e fragmentado ao melhor estilo Souls

Notas Fora do Tom:

  • Falta de crossplay atrapalha a integração
  • Modo online instável nos primeiros dias
  • Algumas runs tornam-se repetitivas após longas sessões
  • Preferia uma campanha solo mais robusta ou ao menos igual em conteúdo

Nota final: 8.8 – Um épico gótico cooperativo que honra o legado Souls enquanto abre espaço pra novas possibilidades. Mesmo preferindo o single-player, reconheço a força dessa proposta — e quem sabe um dia isso não vire um modo oficial dentro do próprio Elden Ring?


Ficha Técnica da Análise

  • Plataforma testada: PC (Steam)
  • Disponível em: PC, PS5, Xbox Series X|S
  • Lançamento: 30 de Junho de 2025
  • Chave cedida gentilmente pela: Bandai Namco

Reflexões Finais: Uma Sinfonia de Caos e Glória

Elden Ring: Nightreign não quer te agradar — ele quer te marcar. Com golpes que perfuram a alma, visuais que grudam na retina e uma trilha que poderia muito bem ser assinada pelo After Forever, é uma jornada sobre resistência e beleza sombria.

A FromSoftware mais uma vez toca aquela nota perfeita entre desespero e triunfo. Depois de 40 horas, percebi que Nightreign não é sobre vencer. É sobre continuar. Sobre morrer em grupo e rir na derrota. Sobre ajudar alguém a enfrentar o Tricephalos mesmo depois de ter vencido sozinho. É sobre gritar “conseguimos!” junto com um desconhecido.

Afinal, problema compartilhado… é problema Souled..


Quer ver como começa a treta em Elden Ring: Nightreign? Então cola com a gente no nosso canal do YouTube e confere os primeiros 37 minutos de gameplay com aquela pegada rock’n’soul que só o Rockverse Play entrega! Trevas, bosses brutais e muito sangue digital te esperam — clica lá, dá o play e entra nessa jornada sombria com a gente! 🤘🔥


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