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Heroes of Mount Dragon chega ao Nintendo Switch com aquele clima de chamado épico, mas sem perder o jeitão descontraído de um beat ’em up clássico. Desenvolvido pela RuniQ, do Canadá, e distribuído pela indie.io, o game aposta na velha máxima: sozinho você até caminha, mas é na união que a chama acende.

E é justamente aqui que o espírito da faixa “Warriors” do Imagine Dragons, lançada em 2014 no álbum Smoke + Mirrors, dá o tom. A canção foi composta para os heróis improváveis que se erguem quando o mundo pede coragem, traduzindo perfeitamente a ideia dos guerreiros infundidos com almas de dragão.

“Here we are, don’t turn away now”
“Aqui estamos nós, não desvie o olhar agora.”

Esse refrão ecoa a cada estágio: não tem volta, é seguir na pancadaria até o último chefe.

Captura de imagem do gameplay do jogo

O chamado do dragão celestial

No mundo dividido em oito reinos, a ameaça sombria se espalha como riff distorcido no palco. Para equilibrar a balança, o dragão celestial convoca oito heróis, cada um marcado com sua alma mística. Ainda que no lançamento só houvesse quatro, hoje já temos cinco guerreiros disponíveis, e mais virão em futuras atualizações.

O narrador conduz a trama com frases de efeito, quase como se fosse aquele roadie apresentando a próxima música do setlist. O enredo é leve, sem épicos mirabolantes, mas funciona como pano de fundo para o verdadeiro show: a luta coletiva.


O palco da batalha

A jogabilidade segue o clássico do gênero, mas com tempero de fantasia. Cada herói tem estilo próprio: uns mais rápidos, outros mais cadenciados, alguns preferem o corpo a corpo, outros mandam melhor à distância.

O ponto alto são os combos únicos e o especial que transforma o guerreiro em dragão, liberado conforme a progressão de nível. É como aquela música que começa básica e, quando você menos espera, ganha solos e camadas extras.

Entretanto, o combate em arenas 3D sofre com a limitação de ataques laterais. Às vezes, fica difícil acertar inimigos em planos diferentes, especialmente os que atacam à distância. O ritmo linear também repete fórmulas, mas os chefes quebram a monotonia com fases diferenciadas e mecânicas próprias.

Captura de imagem do gameplay do jogo

Unidos, nunca quebrados

Sozinho, o game perde força e soa repetitivo como vinil arranhado. Porém, quando o coop entra em cena, o palco ganha vida. A dificuldade aumenta, os inimigos surgem em peso e a sinergia entre jogadores transforma o simples em memorável.

Mas não dá pra vacilar: as vidas são limitadas, e quando alguém cai demais, o grupo todo precisa recomeçar. Isso traz aquele sabor de show ao vivo: errar a entrada derruba o conjunto inteiro.

Além do modo campanha e arcade, há também o competitivo, onde maldições atrapalham adversários invertendo controles ou encolhendo personagens. É divertido como extra, mas a essência segue sendo o coop.

“Every ounce of your courage will take you higher”
“Cada grama da sua coragem vai te levar mais alto.”

É a vibe do multiplayer: juntos, o impossível parece menos distante.


Cores do palco e ecos do som

Visualmente, Heroes of Mount Dragon mistura modelos 3D simples, mas funcionais, com fundos 2D detalhados que dão charme e dinamismo. O contraste entre camadas cria a sensação de movimento, como se os cenários também participassem da batalha.

A trilha sonora cumpre papel, mas não impressiona: faixas divertidas no início, cansativas depois. A ausência de dublagem de personagens limita a imersão, mas o narrador ajuda a segurar o fio da história com humor.

Importante destacar: o game chega localizado em PT-BR, algo essencial para conectar o público brasileiro. Mesmo simples, isso aproxima e valoriza a experiência.

Captura de imagem do gameplay do jogo

O Último Chamado

Heroes of Mount Dragon entrega ação cooperativa sólida, combates estratégicos e diversão clássica de beat ’em up. Além disso, a RuniQ equilibra desafio e leveza, garantindo rejogabilidade alta. Jogar com amigos torna cada combo mais impactante, enquanto classes, habilidades e chefes oferecem variedade e emoção. Visual colorido, trilha sonora energética e humor nos diálogos completam a experiência.


Afinações perfeitas x Notas fora do tom

Afinações perfeitas (positivos):

  • Coop local e online divertido e desafiador.
  • Estilo visual carismático com mistura 2D/3D.
  • Variedade de heróis com movimentos únicos.
  • Preço justo para o que entrega.

Notas fora do tom (negativos):

  • Jogatina solo repetitiva e pouco atrativa.
  • Limitação no sistema de ataque em arenas 3D.
  • Trilha sonora enjoa rápido.
  • Falhas ocasionais no Remote Play com DualSense.

Nota final: 7.5/10 🎸🔥

Heroes of Mount Dragon pode não reinventar o gênero, mas entende que coop é a essência do beat ’em up. No Switch, ele entrega momentos de pura pancadaria coletiva, embalados pelo espírito guerreiro de quem não desiste.

“Warriors” não é só trilha da análise: é metáfora da jornada desses heróis e dos jogadores que encaram a aventura. Sozinho, o dragão pode ser pesado; juntos, a chama queima mais alto.


⚔️ Quer sentir o impacto de cada combo com amigos?
A primeira hora de Heroes of Mount Dragon já está no canal, mostrando como a RuniQ equilibra desafio, diversão e rejogabilidade em um beat ’em up cooperativo cheio de cores, trilha sonora energética e humor nos diálogos.


Informações sobre a análise

  • Plataforma analisada: Nintendo Switch (digital)
  • Versão testada: lançamento em 25/06/2025
  • Condições do teste: chave gentilmente cedida pela RuniQ/indie.io
  • Disponível para: PC (Steam, Epic), PlayStation 5, Nintendo Switch, versões futuras para Xbox Series
  • Desenvolvedora: RuniQ
  • Publicadora: indie.io
  • Idiomas: múltiplos, incluindo PT-BR (interface e legendas)
  • Estilo/Gênero: Beat ’em up, coop
  • Número de jogadores: 1 a 4 (local/online)


Heroes of Mount Dragon é como aquele show de garagem que vira inesquecível quando a galera se junta no refrão. Não é sobre a perfeição da técnica, mas sobre o calor da união. No fim, cada partida é um grito coletivo de “We are the warriors that built this town” — e o palco é nosso.


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